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Liliane Brito

A VIDA DIVINA



O HOMEM NO UNIVERSO


“(...) A ascensão à Vida divina é uma jornada humana, a Obra das obras, o Sacrifício aceitável. É a única tarefa real do ser humano no mundo e a justificação de sua existência, pois sem isso ele seria apenas um inseto rastejando entre outros insetos efêmeros, em um pedacinho de superfície de lama e água que conseguiu se formar em meio às espantosas imensidões do universo físico.

Essa Verdade das coisas, que deve emergir das contradições do mundo fenomênico, é descrita como uma Beatitude infinita e uma Existência autoconsciente, a mesma em tudo, em todas as coisas, em todos os tempos e além do Tempo; ela percebe a si mesma por trás de todos esses fenômenos e nunca pode ser inteiramente expressa, ou de nenhum modo limitada, pelas vibrações dinâmicas mais intensas, nem pela totalidade mais vasta desses fenômenos, porque é autoexistente e não depende, em seu ser, de suas manifestações. Elas a representam, mas não de modo completo; apontam para ela, mas não a revelam. Ela é revelada só para si, no interior das formas fenomênicas. À medida que evolui, a existência consciente involuída na forma chega a conhecer-se por intuição, por autovisão e autoexperiência; torna-se ela mesma no mundo ao conhecer-se; conhece a si mesma ao torna-se. Assim, possuindo-se interiormente, ela transmite também às suas formas e modos de ser o deleite consciente de Satchidananda. Esse devenir de infinita Beatitude-Existência-Consciência na mente, na vida e no corpo – pois independente deles, ela existe eternamente – é a transfiguração intencionada e a utilidade da existência individual. No indivíduo, ela se manifesta em relação, assim como em si mesma ela existe em identidade”. (SRI AUROBINDO, 1940, p. 64)

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