A EVOLUÇÃO DO HOMEM ESPIRITUAL
“Quando a natureza evolutiva começa a despertar o ser humano para uma consciência espiritual rudimentar, em geral isso começa com uma percepção vaga do Infinito e do Invisível que circundam o ser físico; o homem sente sua limitações e a impotência de sua mente e vontade e percebe, escondido no mundo, algo maior do que ele mesmo: Potências benéficas ou maléficas que determinam os resultados de sua ação, um Poder que está por trás do mundo físico onde ele vive e talvez os tenha criado um e outro, ou Poderes que animam e governam os movimentos da Natureza enquanto eles mesmos talvez sejam governados por um Desconhecido maior que está além deles.
(...)Em dado momento, o homem deve ter percebido em si a presença de algo que não era físico, uma alma que sobrevivia ao corpo; certas experiências supranormais, que se tornariam ativas por causa da pressão para conhecer o invisível, devem tê-lo ajudado a formular suas primeiras noções rudimentares sobre essa entidade dentro dele. Seria apenas mais tarde que começaria a compreender que aquilo que percebia na ação do universo, sob certa forma estava também nele, e nele também existiam elementos que respondiam aos poderes invisíveis e às forças do bem ou do mal. (...)Mesmo no momento atual, depois de uma época de intelectualismo e materialismo triunfantes, podemos ver evidências desse processo seguido pela Natureza – um retorno à autodescoberta interior, uma busca e um pensamento voltados para dentro, novas tentativas no campo da experiência mística, uma procura tateante do self interior e um novo despertar para o sentido da verdade e poder do espírito começam a manifestar-se. A busca do self, da alma e da verdade mais profunda das coisas revive e readquire sua força perdida, dá uma vida nova às crenças antigas, erige novas fés ou se desenvolve independentemente das religiões sectárias. (...)Nos inícios dessa nova fase da evolução mental, por mais grosseiros e hesitantes que sejam, pode-se detectar a possibilidade de que um forte impulso conduza a evolução espiritual na Natureza a uma virada e um avanço decisivos". (SRI AUROBINDO, 1940, p. 773 – 775)
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